10 de agosto de 2011

as papoilas



Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Alberto Caeiro in:
Guardador de rebanhos

4 comentários:

  1. bela foto e poema ! parabens!

    ResponderEliminar
  2. Uma bonita fotografia e também gostei do poema.Bjs para ti.

    ResponderEliminar
  3. BELO POST

    Gosto da tua flor
    bem como do poema de Alberto Caeiro.

    Obrigada pela partilha.

    Hoje convido-te a veres
    o que captei ontem
    assim que cheguei ao local
    onde se faziam os preparativos
    para a REGATA no Tejo.

    Improvisei
    umas palavras minhas
    juntei às imagens que fiz
    e...eis um novo post.

    Agradeço que vejas
    e, muito sinceramente
    dês a tua opinião.

    Beijos e abraços

    ResponderEliminar